|
A vida não esta fácil.
Vivemos um momento de crise no movimento sindical, ao mesmo tempo em que o mundo passa por profundas mudanças que se manifestam em uma constante busca que imprime pressões sociais, políticas, econômicas e ambientais, questionando conceitos e paradigmas. Estamos em um momento de profundas transformações e de micro revoluções que se agigantam em sua complexidade regional, estadual e no país.
Vivemos uma nova época em pleno Século XXI. E cada época trás todo o seu conceito, visão e entendimento do que é moderno e ultrapassado. Na década de 50 o moderno era o sistema industrial e o atrasado era o sistema agrícola. E hoje? Qual sistema moderno e atrasado esta época nos trás? A diminuição do Estado e do setor público e moderno ou atrasado? Será moderna uma época em se que nega e não se importa com a ética e a moral que deve nortear a sociedade e a política constituída, formada e decidida por esta mesma sociedade?
Na década de 70 todos os estudos apontavam no sentido de que o moderno era adotar o modelo de estatização para atender e servir ao modelo industrial. Nesta década vivemos um momento em que estes mesmos estudos apontam na direção da necessidade da privatização. Estamos vivendo um momento onde se diz que os valores e talentos humanos do Estado (servidores e servidoras públicos) não têm a capacidade para solução dos problemas. Será esta fala verdadeira e moderna?
Por isso, nos trabalhadores e trabalhadoras da ATER e da Pesquisa pública oficial e estadual do Brasil não podemos, e não vamos ficar olhando só uma arvore e se esquecendo de toda floresta e das interações, das relações, das transformações e das revoluções que acontece em cada espaço desta imensidão que é o Brasil.
O XIII CONFASER ocorre num momento em que enfrentamos a instabilidade política após o movimento eleitoral de 2018, onde ainda vivenciamos a intolerância e a divergência de opinião, aliado a um forte sentimento real da perda de direitos de homens e mulheres, das minorias, dos trabalhadores e trabalhadoras, onde se avizinha um futuro de duvidas e questionamentos sociais, de mercado, da segurança pública, da ordem jurídica, do amplo direito à cidadania e a democracia, da educação no campo e na cidade, dos direitos trabalhistas e previdenciários.
Duvidas e incertezas desta natureza geram uma forte influencia na sustentabilidade da sociedade, em seu ambiente interno e externo, ameaçando a todos e todas, quando as taxas para crescimento da economia do Brasil se mostram extremamente baixas e insuficientes para projetarmos um país comprometido com a transformação necessária para termos justiça e igualdade social. Solidariedade.
A igualdade e justiça social Impõe-se ao gestor publico e aos legisladores colocar os interesses nacionais e as necessidades da sociedade acima dos individuais, até então presentes.
O que temos a temer? E que estes obstáculos não serão vencidos.
A chance deste projeto de vida e de felicidade ser vitorioso não pode ser somente em nome de “Deus, Pátria e Família”. Precisamos de um projeto de nação para todos e para todas, em que não há mais espaço para o clientelismo fisiológico habitual, para as diferenças sociais raciais religiosas de gênero e geração. Se este projeto que esta posto for vencedor, todo nosso otimismo será efetivamente obstaculizado.
Politicamente estamos vivendo dois cenários quando lançamos o olhar para o futuro que se avizinha para ATER e Pesquisa pública oficial e estatal e para agricultura familiar e camponesa do Brasil. Um otimista e outro, que não sendo pessimista, se torna desafiador no esforço de alcançarmos a satisfação pessoal, profissional e de desenvolvimento sustentável, quando e se os obstáculos forem eliminados.
Neste momento da realização do XIII CONFASER a ATER a Pesquisa pública oficial estadual e a Agricultura Familiar no Brasil sofrem mais um forte golpe. Mais um ato de negação de todo histórico de construção de políticas públicas para este segmento social produtivo e econômico, sinalizando de forma definitiva que a Agricultura Familiar será incorporada ao MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Uma natureza e condição política, administrativa, jurídica e gerencial que não representa a grandeza e a importância social, econômica e de educação informal, formação e qualificação para agricultores e agricultoras familiares e camponesas e suas formas de representação, com forte negação dos direitos trabalhistas e previdenciários dos seus trabalhadores e trabalhadoras.
Somente cada cidadão e cidadã, cada trabalhador e trabalhadora, que sentiu e sente na pele ou que tem um olhar da necessidade de políticas públicas de inclusão igualdade e de distribuição dos frutos gerados pelo seu trabalho pode se sensibilizar e se colocar verdadeiramente compromissado com um novo modelo de gestão publica para a ATER e a Pesquisa pública oficial e estadual no Brasil.
Estamos caminhando por um cenário político que se encontra longe, muito longe deste compromisso público. Estabelece-se no âmbito federal um governo que ainda não se deu conta de que as pessoas estão libertas e que já não se alinha ações que estejam carregadas de práticas que retratam a velha política, rancorosa e opressiva.
Cada homem e cada mulher, cada jovem, cada uma das famílias lá da roça e da cidade repudia toda e qualquer forma de violência.
A FASER entende que o Brasil é para todos e todas. Cada Estado, cada município, cada comunidade é o local que acolhe multidão de mulheres e homens. De jovens, de crianças e de idosos. De uma rica diversidade cultural, etnias e necessidades. Esperanças, religiosidades e crença de que podemos ter um amanhã melhor.
Em pleno século XXI e diante de toda história de conquistas sociais, de inclusão, de justiça, de igualdade e de solidariedade que recentemente lutamos e conquistamos, não tem mais espaço para aqueles e aquelas que se julgam donos de tudo e de todos, para alimentar sua vaidade, sua soberba e ostentar um poder que não lhes é de direito. Este poder e do povo.
O corpo e a mente desta sociedade não lhes pertencem. É ilusão achar que somos propriedade privada da vontade daqueles e daquelas que se julgam nossos representantes políticos. Somos seres livres e libertos para vida.
Nós somos como a semente que quando jogada a terra ali fica por anos e anos, guardada. E ela não esquece a sua função, e a exerce quando chove: germina, cresce da flor e frutos. Cria a sua própria revolução, silenciosa, mas constante, diária. Produz sementes e alimento e retorna para ser novamente a certeza de um dia melhor para todos e todas.
Com esta certeza o XIII CONFASER em seu encerramento tem a certeza de que seu objetivo central foi alcançado, o de se contrapor a esta política de desmonte da ATER e da Pesquisa Pública oficial e estadual e para isto, propõe um conjunto de ideias, a partir da discussão de suas teses e painéis capaz de contribuir para o fortalecimento sindical e da gestão colegiada da FASER e de suas filiadas, que deve ser expresso por um plano de trabalho com projetos, ações, metas e resultados, conferindo a Federação sua distinção e expertise para este propósito que deve fomentar a ação dos trabalhadores e trabalhadoras da ATER e da Pesquisa pública oficial e estadual no sentido de se inserirem como os reais protagonistas desta ação política.
A Federação através de sua coordenação colegiada executiva nacional deve buscar a partir do seu protagonismo, inserção e interlocução constante na discussão de políticas públicas para ATER e Pesquisa pública oficial e estadual com a capacidade de potencializar a defesa dos direitos de todos e todas de sua categoria e fortalecer ações de formação e qualificação social e sindical, a partir de congressos, seminários locais e regionais e outras formas de formação e qualificação da base de suas filiadas.
Adotando esta estratégia e esta pratica a Federação se coloca como entidade sindical que rompe com os efeitos e feitos de impactos políticos e ações individuais que possam provocar prejuízos ao seu plano de trabalho, de representação sindical e no atendimento das necessidades de todos e todas que formam a base social de suas filiadas.
Tendo em vista esta essencialidade e a necessidade emergente diante do quadro político, o XIII CONFASER recomenda a coordenação colegiada executiva nacional, eleita neste congresso:
1- dar celeridade a execução de um Plano de Trabalho que busque promover os trabalhadores e trabalhadoras da ATER e da Pesquisa pública oficial e estadual reconhecendo-os enquanto cidadãos e cidadãs protagonistas capaz de fazer a necessária interferência para alcançar a distribuição das riquezas produzidas por eles e por suas entidades sindicais e associativas, como resposta de enfrentamento ao desmonte que o Estado esta propondo para ATER e para Pesquisa Pública oficial e estadual e para agricultura familiar no Brasil.
2- repudiar todas as falas e alinhamentos políticos³ que negam o histórico de luta dos trabalhadores e trabalhadores da ATER e Pesquisa pública oficial e estadual por seus direitos sindicais, trabalhistas e previdenciários no Brasil.
3- orientar a comissão organizadora do XIV CONFASER que oportunize espaço, de forma didática e prática maior tempo para apresentação dos trabalhos submetidos (escritos e em posters)
4- apresentar uma prestação de suas atividades administrativas, financeiras e de representação política ao plenário do Congresso, pratica esta que deve se estabelecer como uma rotina aprovada por este XIII CONFASER.
|
|